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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Literatura na Janela

Quando estava na adolescência a maioria das minhas amigas decoravam o "Soneto de Fidelidade", de Vinícius de Moraes:

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.




Talvez porque aquela fosse uma fase de muitas descobertas e decepções amorosas ou quem sabe, foi apenas porque o professor Figueiredo, nosso professor de Literatura, tivesse solicitado a declamação do soneto para pontuação.

Esse soneto é lindo e faz parte da minha história.
Mas, não é dele que eu quero falar!
Enquanto as meninas da Escola Normal marcavam seus versos, um poema não saía da minha cabeça.



E esse, ninguém pediu pra que eu decorasse ou declamasse.

Acho até que pouquissimas pessoas sabem da existência dele.

Li num livro da Academia Luso Brasileira de Letras, do qual meu avô paterno fazia parte, publicava todos os anos com inúmeras poesias de seus membros.

Infelizmente não me recordo o nome da poesia e nem o nome do autor. Portanto, os versos daquele poema jamais sairam da minha mente.

Perdoem-me caso haja algum erro.

É isso que quero dividir com vocês hoje, após ser bombardeada de notícias ruins.

Não grite!
Não lamente!
Não condene!
Não reclame!
Não censure!

Estava frio
A neblina caía
O sol dormia

Eu caminhava
Eu meditava

Um tanto sem graça
passando pela praça
Vi num banco gelado
um menino sentado

Olho aberto
mirando certo aquele pipoqueiro
Como é triste a fome!
Vi também um homem

No chão caído
Seu corpo, agora jazia sem vida
Sob os gritos da multidão:
Vagabundo! Ladrão!

Quis gritar!
Quis lamentar!
Quis condenar!
Quis censurar!

Tudo quis e nada fiz.
Apenas me retirei e tão triste chorei.

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Não reclamo, só agradeço.

Fiquem em paz, na certeza de que a justiça de Deus jamais falha.

2 comentários:

Fê Dutra disse...

Dani, sem dúvida é uma poesia forte e que mostra um pouco de sua personalidade, mas tirado suas devidas proporções de focos literários, vivo um caso de amor com o soneto do Vinícius, talvez, porque essa é a única poesia que sei de cabeça.
Lembre-se que a calma e a alma do negócio.
Beijo grande em ti.

Ana Maria ( Jeito de Casa ) disse...

oi Dani...que lindo!!!
vim agradecer o recadinho taõ carinhoso que deixastes no meu aniversario, fiquei HIPER FELIZZZZZ

bjocas amiga